«Que a violência acabe Que as armas perto de nós matando se calem finalmente
Tanto sangue tingiu as nossas ruas E que valeu o sangue?
Porém em nosso nome Nós querendo Nós ansiando a paz dos vizinhos bons negócios se fazem
Exportamos armas para longe
Os melhores carros de combate do mercado Relação preço qualidade
Ilustração de José Maria de França Machado, no livro referido |
No céu muito azul não há sangue vermelho
Na terra cor de trigo maduro
só na próxima primavera as papoilas surgirão
Da cor do sangue
A terra que absorve o sangue A terra que filtra o sangue
A terra onde os vivos e os mortos um só corpo são
Terra aonde regressam os violentos Terra aonde tombam
Aqueles que abrem o peito aos violentos»
Cáceres, 23-25 outubro 2010
José Carlos Costa Marques, em "Uma Voz Entre Vozes", Edições Afrontamento, Maio de 2018