30 de abril de 2022

Que a violência acabe

 «Que a violência acabe Que as armas perto de nós matando se calem finalmente

Tanto sangue tingiu as nossas ruas E que valeu o sangue?

Porém em nosso nome Nós querendo Nós ansiando a paz dos vizinhos bons negócios se fazem

Exportamos armas para longe

Os melhores carros de combate do mercado Relação preço qualidade

Ilustração de José Maria de França Machado, no livro referido
A maior venda de armas na história deste povo que apenas quer a paz

No céu muito azul não há sangue vermelho
Na terra cor de trigo maduro
só na próxima primavera as papoilas surgirão

Da cor do sangue

A terra que absorve o sangue A terra que filtra o sangue

A terra onde os vivos e os mortos um só corpo são

Terra aonde regressam os violentos Terra aonde tombam
Aqueles que abrem o peito aos violentos
»

Cáceres, 23-25 outubro 2010
José Carlos Costa Marques, em "Uma Voz Entre Vozes", Edições Afrontamento, Maio de 2018

Sem comentários: