Conhecem a bússola eleitoral que esteve disponível na internet para as legislativas 2009? Se não, dêem lá um saltinho, respondam às perguntas e vejam o resultado. Depois, façam comigo um exercício de imaginação.
Assim:
Imaginemos a bússola eleitoral.
Imaginemos que que a bússola eleitoral é validada por todos os partidos políticos e que as perguntas que a compõe traduzem efectivamente as principais linhas de orientação dos programas dos partidos políticos.
Imaginemos que as perguntas relativas à confiança que temos nos presidentes dos partidos e nos próprios partidos políticos tinha alguma ponderação no cômputo geral, embora relativamente baixa, digamos 10 a 15 %, para cada (nesta bússola 2009 não interferem na escolha, ou seja é zero), porque a confiança nas pessoas e partidos também deve valer alguma coisa.
Imaginemos que o voto é electrónico e consiste na resposta às perguntas da bússola eleitoral.
Imaginemos que a bússola calcula e converte todas as respostas dos eleitores, respondendo qual o partido cujas propostas mais se aproximam da vontade dos portugueses, e que esse será o partido que vai formar governo.
Imaginemos também que o número de deputados na assembleia da república para cada partido seria também calculado por uma fórmula da bússola, efectuada a nível distrital ou regional.
Agora, imaginemos o mais difícil:
O partido que forma governo, cumpre mesmo o seu programa eleitoral, salvo se, em alguma das questões que outro partido tenha tido maior votação, entender que afinal pode seguir essa via sem prejudicar o restante programa. Se se desviar do programa sem ser por este motivo ou outro de maior relevância, o governo deve ser demitido pelo presidente da república.
A assembleia da república é composta por metade dos deputados em relação à actualidade, mas todos esses deputados efectivamente trabalham e cumprem o seu papel (que não é só votar nas propostas), pois se não o fizerem, são despedidos e substituídos pelo seguinte da lista.
É um cenário interessante, não é?