Um extracto do artigo "Casados à força" de Miguel Sousa Tavares, no semanário Expresso de ontem, sobre o veto do Presidente da República ao diploma sobre as Uniões de Facto:
".... A imensa maioria dos casais que vivem em união de facto vivem assim exactamente por quererem uma relação onde à partida ambos sabem que não têm a esperar direito nenhuma obrigação ou direitos decorrentes da lei. É assim que escolheram viver e é um abuso que o Estado venha depois dar-lhes direitos que não reclamaram e que ostensivamente recusaram. Tanto mais, que ao conceder-lhes direitos iguais aos dos casados, não lhes impunha idênticos deveres - o que significava que os casados passariam a ter, face à lei, um estatuto de segunda categoria. ..."
Bem visto!
2 comentários:
Não concordo. Este Tavares é um fala-farato, desculpe-me o termo, Benjamina. A maioria das pessoas casa-se porque é tradição ou porque é um imperativo de família ou porque pretende pagar menos impostos, ou porque isto ou porque aquilo... Duas pessoas em união de facto não deixam de constituir família, de educar os seus filhos, de pagar os seus impostos, etc, etc. O casamento é só um protocolo religioso que depois o Estado veio a usurpar. As pessoas não são mais nem menos felizes só porque são casadas.
Grrrr...
Cão sem raiva, veja lá se não tomou a vacina contra o vírus MST :)
Estou a brincar claro, mas esse Grrr...
Quanto ao MST, confesso que gosto de ler e de o ouvir, muitas vezes acho que tem razão e outras acho que não tem nenhuma...
Neste assunto, sobre o qual não reflecti muito, achei o ponto de vista dele interessante. Quer pela comparação com os que se casam que ficam em desvantagem, quer pelo facto de, o acto de casar (vamos deixar o matrimónio fora disto), ser no fundo o reconhecer que se quer direitos por esse facto. Não é uma questão de felicidade, o "contrato" é mais uma questão legal.
Não digo que MST, neste caso, tenha a razão toda, mas alguma penso que terá.
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